A fotografia nos transporta através do tempo. Uma
técnica oitocentista de fotografia, ainda pouco conhecida no Brasil, - o
daguerreótipo - será revelada através de cinco oficinas, a partir do
dia 8 de julho, no Estúdio do Século XIX, em Lumiar, na bucólica região
serrana no Rio de Janeiro. Lá, os amantes da fotografia descobrirão os segredos
da "placa mágica", em imersões coordenadas por um dos raros
especialistas na técnica - Francisco Monteiro da Costa - fotógrafo, conservador
de fotografia e daguerreotipista.
No workshop, o único do gênero no Brasil, Francisco transmitirá seu
conhecimento aprimorado nos últimos 16 anos, com o objetivo de oferecer um
panorama integral desta técnica fotográfica e permitir que cada aluno participe
do processo - desde o polimento da placa de cobre até obter a imagem sobre a
prata.
O primeiro processo fotográfico, desenvolvido por Louis Jacques Mandé
Daguerre, publicado pela Academie des Sciences de Paris em 19 de agosto de
1839, o daguerreótipo surpreendeu o mundo com a sua capacidade de reprodução da
realidade, apresentando uma definição jamais superada por outra técnica.
Por se tratar de fotografia em positivo direto as obras se destacam pela
unicidade, O principal propósito do artista é desenvolver uma linguagem usando
essa técnica, trazendo assuntos abordados que fazem referência a ícones
nacionais como a banana e a mandioca, que dialogam com a atemporalidade.
“A técnica apresenta a pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos 20
anos para fazer daguerreótipos no século XXI”, ressalta o especialista que
credita à busca da melhor qualidade, sobretudo pela classe artística, a razão
de retorno a essa técnica usada no Brasil, inicialmente, por D. Pedro I para
fotografar o príncipe da Prússia.
Contudo, reconstruir uma técnica fotográfica esquecida e pouquíssima
revisitada na modernidade apresenta um alto grau de dificuldade: desde o
levantamento bibliográfico, adaptação de equipamentos e infra-estrutura
adequada. Isto motivou Francisco a dar início à construção de um estúdio
voltado para as técnicas do século XIX, com todas as condições para se refazer
os processos históricos – pesquisa importante para a conservação de acervos
fotográficos.
Para os interessados em aprofundar o conhecimento da técnica as próximas
oficinas serão nos dias 08, 15 e 29 de julho e 19/8 (dia internacional da
fotografia) e 9/9 - em seu estúdio, em Lumiar. Nela, durante um final de
semana, cada participante (grupos de 8) terá acesso a todo o processo.
Além da oficinas, em setembro, o Atelier da Imagem, na Urca,
também prestigiará a técnica na exposição Tempo Improvável,
com daguerreótipos e impressões em papel com reinterpretações de alguns
daguerreótipos, com curadoria de Marcia Mello, da Tempo Fotografia.
Oficinas de Dag de
Francisco Moreira da Costa: Estrada Serra Mar, sem número, Santa Luzia,
Lumiar. Serão cinco finais de semana de oficinas, sendo três em julho, uma
em agosto, e uma em setembro. Todas começam na sexta às 20h e vão até domingo
às 19h e estão distribuídas assim: Primeira – de
08 a 10 de julho; Segunda de 15 a 17 de julho; Terceira de 29 a 31 de julho; Quarta
de19 a 21 de agosto; e Quinta de 09 a 11 de setembro. Inscrições
em estudioseculo19@gmail.com. Tel: (21) 99706.3595. facebook:
estudio século XIX, valor : R$680 pelo final de semana. Cada oficina
terá com oito participantes.
Exposição Tempo Improvável; Abertura dia 2 de setembro, na Sexta
Livre, às 19h horas, no Atelier da Imagem, Av. Pasteur, 453 - Urca, Rio de Janeiro,
Tel.: 2541.3314. De 3 de setembro a 5 de novembro. De segunda a sexta, das 10h
às 22h, e sábados das 10h às 16h.
Contato à imprensa: Luciana de Azambuja (21) 99966.8902/ fatutticom@gmail.com