segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Técnica oitocentista de fotografia volta à cena - Os Daguerreotipistas estão chegando


Uma técnica oitocentista será revelada por um de seus raros especialistas – Francisco Moreira da Costa - no dia da fotografia (19 de Agosto), em demonstração de daguerreótipo no Instituto Moreira Salles.
O primeiro processo fotográfico, desenvolvido por Louis Jacques Mandé Daguerre, publicado pela Academie des Sciences de Paris em 19 de agosto de 1839, surpreendeu o mundo com a sua capacidade de reprodução da realidade, apresentando uma definição jamais superada por outra técnica.
Por se tratar de fotografias em positivo direto, ou seja, sem negativos, as obras se destacam pela unicidade que, dependendo do ângulo, pode ser vista em positivo ou em negativo. Os objetos fotografados por ele são primários, como candeeiro, santos, cachos de bananas (plasticidade e símbolo das raízes). O fotógrafo revela que a evolução fez com que fossemos perdendo a resolução que o daguerreotipo está trazendo de volta.
Essas e outra curiosidade serão demonstradas na apresentação “Daguerreótipos – o início da fotografia”. 
“A palestra apresenta pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos 16 anos para fazer daguerreótipos no século XXI”, ressalta o especialista que credita à busca da melhor qualidade, sobretudo pela classe artística, a razão de retorno a essa técnica usada no Brasil, inicialmente, por D. Pedro I para fotografar o príncipe da Prússia.
Contudo, reconstruir uma técnica fotográfica esquecida e pouquíssima revisitada na modernidade apresenta um alto grau de dificuldades: desde o levantamento bibliográfico, adaptação de equipamentos e infra-estrutura adequada. Isto motivou Francisco a dar início à construção de um estúdio voltado para as técnicas do século XIX, com todas as condições para se refazer os processos históricos – pesquisa importante para a conservação de acervos fotográficos.
Para os interessados em aprofundar o conhecimento da técnica, o especialista que desenvolve há 18 anos, conta com uma oficina em seu estúdio, em Lumiar. As próximas já estão marcadas para os dias 20 e 21/9;  e 27 e 28/9. Nela, durante um final de semana, cada participante (grupos de 8) terá acesso a todo o processo, desde o polimento da placa de cobre até obter a imagem sobre a prata.

Sobre o fotógrafo:
Francisco Moreira da Costa - carioca nascido em 1960.  Fotógrafo e conservador. Cursou engenharia química na UFRJ e começou a fotografar em 1983. Em l989, fez aperfeiçoamento em fotografia e preservação fotográfica no Rochester Institute of Technology (RIT), Museu Internacional da Fotografia em Rochester e no New York Municipal Archives, NY, com bolsa  da Fundação  Vitae e da OEA.
Participou da implantação do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte em 1987, onde trabalhou até 1999. Atualmente é fotógrafo do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do IPHAN.
  Pesquisa Daguerreotipia desde 1996, desenvolvendo o seu equipamento a partir de manuais do século XIX. É um dos únicos brasileiros a utilizarem a técnica original da daguerreotipia e está entre os cerca de 30 daguerreotipistas contemporâneos em atividade no mundo inteiro. Em 2004 foi selecionado para o Salão Arte Pará com três daguerreótipos, recebendo por um deles o Prêmio Aquisição, Acervo da Fundação Rômulo Maiorana. Já coordenou diversas Oficinas de Daguerreotipia pelo Brasil e América do Sul.  Idealizador do Studio Século XIX, em Lumiar, RJ, onde pesquisa e oferece oficinas de Daguerreotipia desde 2003, quando participou pela primeira vez do FotoRio.

Francisco Moreira da Costa- Fotógrafo, Conservador de Fotografia e Daguerreotipista. Studioseculo19@terra.com.br. Tel: (21) 99706 3595
Instituto Moreira Sales: Dia 19, terça-feira. Rua Marquês de São Vicente, 476 – Gávea. 3284.7400. 

domingo, 10 de agosto de 2014

Intensas Criaturas em seus infinitos devires


... Intensas Criaturas começam a invadir o planeta... temos que interromper... É com essa leveza que a artista visual, pesquisadora de arte contemporânea e professora de Fotografia, Claudia Lewinsohn, convida os interessados em novas linguagens artísticas para o lançamento de sua mais recente obra literária, no dia 20 de Agosto, às 19 horas, na nova Livraria da Travessa de Botafogo.

O resultado traz uma reflexão originada em um processo de criação: o trabalho da autora Claudia Lewinsohn, enquanto artista visual, que se inicia na pintura, percorre outras linguagens artísticas e por fim se manifesta em forma de vídeos digitais. O trabalho - prática artística contemporânea - propõe transitar nas fronteiras entre linguagens artísticas, formulando propostas que expandem o universo visual a interligações com o universo da cena teatral e o da performance.

O texto analisa e relaciona pensamentos e conceitos filosóficos que subsidiarão as reflexões empreendidas em torno da questão central: o processo de criação visual em seus diversos devires. O livro, como bem descreve o artista visual Luciano Vinhosa, em seu prefácio, é “fluxo de ideias encarnadas em matéria literária”.

Em permanente devir (Deleuze) as Criaturas que passaram por diversos encontros, experimentaram diferentes formas de vida – esculturas, objeto performático. Atualmente impõem ao espectador contemplações rápidas e fugazes em vídeos de curta duração que empregam telas destruídas, com líquidos aquosos e tintas, além de outros materiais como pedras, folhas, gel e substâncias pastosas.

Um aspecto importante é a contaminação com outras linguagens, no caso a cênica e a performática, no momento em que os vídeos Criaturas integraram a encenação Autour d’un songe apresentada na França, onde as imagens foram projetadas sobre os corpos dos atores e se “transformaram” em mais um personagem em cena, como aponta o encenador Walder Virgolino: “(...)estávamos lá, em cena, nós todos, artistas-colaboradores deste infinito Work in progress, nos deixando entranhar e (re) (trans) vestir por suas imagens que pingavam sobre nossos corpos, procurando, delicadamente, se possível, não nos pisar. As Criaturas de Claudia nos possuiu a todos e nos entregamos felizes a seu aconchego antropofágico.”

Intensas Criaturas em seus infinitos devires: Lançamento e performance - dia 20/8, às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo, Rua Voluntários da Pátria, 97. Editora  da UFF. 124 páginas. R$27,00.
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Sobre Claudia Lewinsohn
Artista visual, pesquisadora em arte contemporânea e professora do Curso de Fotografia da Universidade Estácio de Sá (Rio de Janeiro). Mestra em Ciências da Arte (atual Estudos Contemporâneos das Artes) pela UFF, com “Especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil” pela PUC-RJ, tendo cursado também “Arts Plastiques et Sciences de l’Art” na Université de Paris I, Panthéon-Sorbonne.

Luciana Azambuja (21) 99966.8902 / fatutti@gmail.com / facebook: fatutti.comunicacao