Uma técnica oitocentista será revelada por
um de seus raros especialistas – Francisco Moreira da Costa - no dia da
fotografia (19 de Agosto), em demonstração de daguerreótipo no Instituto Moreira Salles.
O primeiro processo fotográfico,
desenvolvido por Louis Jacques Mandé Daguerre, publicado pela Academie des
Sciences de Paris em 19 de agosto de 1839, surpreendeu o mundo com a sua
capacidade de reprodução da realidade, apresentando uma definição jamais superada
por outra técnica.

Essas e outra curiosidade serão
demonstradas na apresentação “Daguerreótipos
– o início da fotografia”.
“A palestra apresenta pesquisa que venho
desenvolvendo nos últimos 16 anos para fazer daguerreótipos no século XXI”,
ressalta o especialista que credita à busca da melhor qualidade, sobretudo pela
classe artística, a razão de retorno a essa técnica usada no Brasil, inicialmente,
por D. Pedro I para fotografar o príncipe da Prússia.
Contudo, reconstruir uma técnica
fotográfica esquecida e pouquíssima revisitada na modernidade apresenta um alto
grau de dificuldades: desde o levantamento bibliográfico, adaptação de
equipamentos e infra-estrutura adequada. Isto motivou Francisco a dar início à construção
de um estúdio voltado para as técnicas do século XIX, com todas as condições
para se refazer os processos históricos – pesquisa importante para a
conservação de acervos fotográficos.
Para os interessados em aprofundar o
conhecimento da técnica, o especialista que desenvolve há 18 anos, conta com
uma oficina em seu estúdio, em Lumiar. As próximas já estão marcadas para os dias 20 e 21/9; e 27 e 28/9. Nela, durante um final de semana, cada
participante (grupos de 8) terá acesso a todo o processo, desde o polimento da
placa de cobre até obter a imagem sobre a prata.
Sobre o fotógrafo:
Francisco
Moreira da Costa - carioca
nascido em 1960. Fotógrafo e
conservador. Cursou engenharia
química na UFRJ e começou a fotografar em 1983. Em l989, fez aperfeiçoamento em
fotografia e preservação fotográfica no Rochester Institute of Technology
(RIT), Museu Internacional da Fotografia em Rochester e no New York Municipal
Archives, NY, com bolsa da Fundação Vitae e da OEA.
Participou da implantação
do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte em 1987, onde
trabalhou até 1999. Atualmente é fotógrafo do Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular do IPHAN.
Pesquisa
Daguerreotipia desde 1996, desenvolvendo o seu equipamento a partir de manuais
do século XIX. É um dos únicos brasileiros a utilizarem a técnica original da
daguerreotipia e está entre os cerca de 30 daguerreotipistas contemporâneos em
atividade no mundo inteiro. Em 2004 foi selecionado para o Salão Arte Pará com
três daguerreótipos, recebendo por um deles o Prêmio Aquisição, Acervo da
Fundação Rômulo Maiorana. Já coordenou diversas Oficinas de Daguerreotipia pelo
Brasil e América do Sul. Idealizador do Studio
Século XIX, em Lumiar, RJ, onde pesquisa e oferece oficinas de Daguerreotipia
desde 2003, quando participou pela primeira vez do FotoRio.
Francisco Moreira da Costa- Fotógrafo, Conservador de Fotografia e Daguerreotipista. Studioseculo19@terra.com.br. Tel: (21) 99706 3595
Instituto Moreira Sales: Dia 19, terça-feira. Rua Marquês de São
Vicente, 476 – Gávea. 3284.7400.